quarta-feira, 18 de julho de 2007

ESCOLAS DE PENSAMENTO MACROECONÔMICO: Convergências e divergências entre monetaristas, novos clássicos e novos keynesianos.

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 HISTÓRICO DAS ESCOLAS
3 SÍNTESE DO PENSAMENTO MONETARISTA
4 SÍNTESE DO PENSAMENTO NOVO-CLÁSSICO
5 SÍNTESE DO PENSAMENTO NOVO-KEYNESIANO
6 CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE OS MONETARISTAS E OS NOVOS-CLÁSSICOS
7 CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE OS MONETARISTAS E OS NOVOS CLÁSSICOS
8 CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE OS NOVOS-CLÁSSICOS E OS NOVOS KEYNESIANOS.
9 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS

1 INTRODUÇÃO
O Presente trabalho acadêmico pretende expor, de forma breve, as principais contribuições dadas por macroeconomistas Keynesianos, Monetaristas, Novos Clássicos e Novos Keynesianos. Ao longo do texto, procura-se colocar em evidência os principais pontos de convergência e divergência dessas escolas que, de alguma forma, influenciam o atual debate sobre os rumos da macroeconomia atual.
2 HISTÓRICO
A maneira clássica de abordagem dos agregados macroeconômicos foi posta em questionamento de forma decisiva por John Maynards Keynes, dando início a Macroeconomia como alternativa ao pensamento clássico. A diferença Básica entre a maneira clássica de abordar a macroeconomia e as proposições de Keynes diz respeito à análise através da curva de oferta pelos primeiros e através da curva de demanda pelo segundo. Estas abordagens são de grande importância para a economia no sentido que apresentam decisões importantes do governo, ou seja, é através dos modelos de crescimento e do comportamento dos agentes econômicos na sua forma agregada que o governo pode traçar metas e avaliar ações passadas.
O modelo de Keynes foi muito útil, porém somente expressava perspectivas de curto prazo. A evolução deste modelo foi feita pelos novos keynesianos que implementaram microfundamentos na análise de Keynes, trazendo assim uma maior cientificidade ao trabalho deste.
Em paralelo surgiram as obras dos novos clássicos, que contradiziam as afirmações de Keynes e apresentavam suas próprias propostas de análise pela oferta, é contribuição dos novos clássicos, por exemplo, o ciclo real de negócios. Os neoclássicos fazem uma ruptura com os preceitos clássicos de forma geral, apresentando inflações motivos diferentes para inflações diferentes que devem ser abordados pelo governo com estratégias diferentes.
Os neoclássicos são comummente conhecidos como monetaristas e alguns autores consideram os novos clássicos como monetaristas também.
A essência do pensamento keynesiano é de que movimentos nominais na demanda agregada não se traduzem apenas em alterações nos preços nominais (como tradicionalmente enfatizam os neoclássicos). Por outro lado, os economistas monetaristas entendem que a inflação é essencialmente um fenômeno monetário. Neste sentido, o combate à inflação é essencialmente um fenômeno monetário. Os novos clássicos entendem que há mecanismos pelos quais o governo possa aumentar ou diminuir sistematicamente o nível de emprego relativamente a seu equilíbrio de longo prazo. Acreditam enfim que o nível de emprego não se altera no curto prazo.
Ou seja, enquanto para Keynes o fenômeno da ilusão monetária afeta outras variáveis na economia, para os neoclássicos as pessoas passam a enxergar os efeitos da inflação ao longo do tempo e por tanto as variáveis nominais não deveriam ser base de análise.
Hoje podemos observar que as interferências relativas à política econômica baseadas nestas teorias não são muito úteis na prática e foram abandonadas pelos bancos centrais dos países desenvolvidos, que decidiram por uma estratégia pragmática de definir uma meta de inflação. O interesse pela discussão puramente teórica no plano da macroeconomia diminuiu. O fato de os adversários de Keynes estarem errados não prova que Keynes ou a interpretação dada a seu pensamento pela síntese neoclássica ou pelos novos keynesianos, ou mesmo pelos pós keynesianos esteja correta. Demonstra apenas que não há ainda um razoável consenso entre os economistas a respeito dos consensos fundamentais da teoria macroeconômica. Diante deste fato, pode-se entender que o grande desafio para os economistas seja alcançar este consenso. Outra opção seria aplicar a teoria disponível, com as imperfeições e contradições que a caracterizam para, com liberdade e imaginação desenvolver modelos novos que analisem e resolvam os novos problemas concretos que estão sempre surgindo.

3 SÍNTESE DO PENSAMENTO MONETARISTA
Teoria macroeconômica que se ocupa de analisar a oferta monetária, viveu seu apogeu na década de 1970, tanto em termos acadêmicos quanto em nível de medidas de política econômica. Identifica-se com uma interpretação da forma como a oferta de dinheiro afeta outras variáveis, como os preços, a produção e o emprego.A ‘teoria quantitativa da moeda’ de Irving Fisher prevaleceu no monetarismo durante o século XX e formalizou-se em uma equação onde o nível geral de preços equivalia à quantidade de dinheiro multiplicada por sua ‘velocidade de circulação’ e dividida pelo volume de transações, ou seja: P = (M x V ) / T
Com a revolução dos economistas novos–clássicos e a ascensão da Teoria das Expectativas Racionais, progressivamente o Monetarismo foi perdendo importância dentro da Macroeconomia contemporânea. Em parte, esta perda de importância deu-se pelas experiências de política econômica implementadas, com pouco êxito, em vários países na década de 1970, embasados no ideário monetarista. Além disto, economistas novos-clássicos, como Robert Lucas Jr., Robert Barro, Thomas Sargent, Edward Prescott, Robert Townsend e Neil Wallace, ao definirem seu modelo de expectativas como racionais, não concordavam que, mesmo no curto prazo, a política monetária pudesse ter um impacto positivo sobre o nível de renda real da economia. Deste modo, tais autores consideram a curva de oferta agregada como sendo vertical, inclusive no curto prazo,contrariando a concepção monetarista de existência de trade-off, ainda que temporário, entre crescimento e inflação.
Segundo os monetaristas, a moeda para fins de política monetária depende de dois fatores. Primeiro, depende da habilidade das autoridades monetárias em controlar sua quantidade, e, em segundo lugar, depende da estabilidade empírica da função demanda por moeda.
Os monetaristas supõem que a quase-moeda, que corresponde aos depósitos bancários a prazo e aos títulos, públicos e privados, de curto prazo que podem ser rapidamente convertidos em moeda sem perda significativa de valor para seus possuidores, têm ligações estáveis com a moeda. A Teoria Quantitativa da Moeda nunca negou que a quase-moeda possa influenciar gastos e preços como a moeda o faz. Mas a Teoria Quantitativa da Moeda nega que o volume de quase-moeda possa expandir-se ou contrair-se independentemente do volume de moeda e então atuar como uma influência autônoma sobre o nível de preços.
Com isso, Friedman, considerado na história do pensamento econômico como sendo o fundador e principal expoente da Escola Monetarista, chega à conclusão de que mudanças substanciais no nível de preços e na renda nominal são quase sempre resultado de mudanças na oferta monetária nominal. Para isso, ele parte de uma situação de equilíbrio, no qual os saldos nominais mantidos pelos agentes são iguais aos saldos reais desejados. Assim, uma expansão da oferta monetária implica aumento do gasto agregado, pois os agentes gastam para se desfazerem do excesso de moeda, e, desta forma, retomarem o equilíbrio de seus saldos reais. Isto pode funcionar para um agente individual, mas não funciona para a economia como um todo, pois o gasto de um agente é a receita de outro. Um agente só pode diminuir seu saldo monetário nominal se persuadir algum outro a aumentar seu saldo monetário nominal. Logo, a comunidade como um todo não pode gastar mais que suas receitas. Conseqüentemente, uma expansão na oferta monetária só afeta o nível de preços.

4 SÍNTESE DO PENSAMENTO NOVO-CLÁSSICO.
Surgida na década de 70, em meio a choques de petróleo e a cenários de estagflação em alguns países como os Estados Unidos, a economia novo clássica configura-se como uma crítica as sínteses Keynesianas e Monetaristas vigentes até então. Robert Lucas, juntamente com outros economistas dessa nova escola de pensamento econômico criticavam, basicamente, a ausência de fundamentação microeconômica do modelo IS-LM, a forma pela qual era abordada as expectativas nos modelos monetaristas e Keynesianos, como, também, a Curva de Phillips. Esta última, segundo os novos clássicos, era incompatível com a situação de estagflação observado no cenário econômico. Ou seja, a validade do trade-off entre inflação e desemprego estava comprometida.
Os novos clássicos basearam a sua teoria macroeconômica em princípios microeconômicos. Ademais, adotaram a hipótese das expectativas racionais em seus modelos. Considera-se que há duas versões da hipótese das expectativas racionais – a fraca e a forte.
A expectativa racional fraca pressupõe a idéia de que os agentes usam da melhor forma possível as informações que possuem, sendo que os erros cometidos no passado não exercem influência nas expectativas atuai. Já a expectativa racional forte, a mais aceita pelos novos clássico na construção de seus modelos, pressupõe a idéia de que os agentes econômicos costumam acertar – em média, o valor da variável estimada, subtendendo-se que, esses agentes, conhecem todas as distribuições de probabilidades relacionadas ao evento em analise. Os agentes econômicos, segundo a lógica das expectativas racionais, antecipariam os efeitos de políticas econômicas governamentais.
Outra hipótese adotada por essa escola foi a de que o mercado igualaria a oferta e demanda via preço, ou seja, pela concorrência, ficando conhecido como a “abordagem de equilíbrio das expectativas racionais”.
Outros modelos também foram desenvolvidos com base na abordagem de equilíbrio. Entre eles estão a Curva de Oferta de Lucas e os Modelos de Ciclos Monetários. A curva de oferta de Lucas é uma derivação da curva de Phillips, admitindo-se a existência de informação imperfeita sobre o nível de preços agregado da economia. Essa curva de oferta possuía uma inclinação positiva. Para Robert Lucas, criador dessa curva, as variações no nível de preços que fossem antecipadas não afetariam o nível de produto, ocorreria, apenas, uma elevação nominal de preços. A única coisa que afetaria o produto seria alterações não antecipadas pelos agentes. Essa hipótese foi muito criticada por alguns economistas novos clássicos, pois, segundo eles, nem sempre essa correlação era correta.
Essa curva de Lucas, também, deu origem aos modelos de ciclos monetários, cujos efeitos foram citados no parágrafo anterior, relacionando informações antecipadas ou não. Para os novos clássicos a principal variável causadora do ciclo seria a moeda.
A partir da década de 80, surgiram outros economistas novos-clássicos, que passaram a divergir com relação à predominância da moeda como fator principal nos ciclos de negócios. Para eles, Haviam, na verdade, outros fatores reais mais importantes, o que deu origem ao surgimento de um novo modelo: o Modelo do Ciclo Real de Negócios.
Para os defensores desse modelo, o crescimento de curto e longo prazo deveriam ser mais integrado e o modelo de crescimento neoclássico poderia ser aplicado a esse ciclo.
Já a moeda que desempenhava um papel central passa a ser neutra – hipótese da neutralidade da moeda.

5 SÍNTESE DO PENSAMENTO NOVO-KEYNESIANO
A grande contribuição dos novos-keynesianos ao debate da análise macroeconômica é exatamente a rigidez dos preços e salários. Este debate se dá porque segundo a teoria clássica de análise do mesmo fenômeno estes seriam perfeitamente flexíveis. A teoria clássica parte da concorrência perfeita e da utilização de plena informação para chegar a esta conclusão. A conclusão de tal observação é que no curto prazo a economia não chegaria a um equilíbrio como suponham os walrasianos.
A escola novo-keynesiana entende que a visão novo-clássica é útil para a análise de longo prazo enquanto os pensamentos do keynesianismo são úteis para a análise de curto prazo. Insatisfeitos com os argumentos pouco racionais ( no sentido de utilização da ferramenta microeconômica e não no sentido de ilógicos) utilizados pelo keynesianismo até então vigorante, os novos keynesianos partem em busca de micro fundamentos que embasem melhor a análise de curto prazo, onde os preços e salários são de uma forma geral rígidos. Primeiramente, enfatizaram a importância dos modelos de custo de cardápio, posteriormente, investigou nos modelos reais de rigidez, em particular o micro fundamento baseado na existência de um salário eficiência. Os desequilíbrios no mercado de bens são explicados basicamente pela existência do custo do cardápio. Os desequilíbrios no mercado de trabalho são explicados. Pela existência do salário de eficiência.
Os custos e cardápio correspondem aos gastos que as empresas têm ao fazer variações nos preços, ou seja, a divulgação, a remarcação dos produtos, enfim os diversos gastos que torna mais prática a redução da quantidade (cortar a produção). Assim entendemos que o custo de cardápio explica porque o mercado não volta ao equilíbrio como defendem os novos-clássicos diante da queda de demanda. De acordo com a teoria novo-keynesiana o custo de cardápio corresponde a uma reduzida barreira que impediria a redução de preço e poderia provocar uma notável queda no bem-estar social.
Salário de eficiência, segundo microfundamento, a existência do salário de eficiência impede a queda do salário real que eliminaria o excesso de oferta de mão de obra, tal qual descreve a teoria clássica. O que expõe este microfundamento é a relação entre o salário real e a produtividade é necessária manter o salário do empregado acima do salário real de equilíbrio. Alguns motivos dentre os quais destaco a ineficiência das firmas em monitorar os exercícios das funções de seus trabalhadores, então colocando um salário acima do salário real de equilíbrio tem-se menos chance que os trabalhadores exerçam suas funções com pouco esforço deixando assim de perder produtividade.
Compreende-se, portanto que o pensamento novo-keynesiano corresponde a um aprimoramento da teoria keynesiana para explicar sua aplicação no curto prazo, aceitando as posturas dos novos clássicos no longo prazo.
Um breve comentário sobre os neokeynesianos é que os mesmos utilizam diversas definições de inflação na sua teoria, tais quais a inflação salário. Os neokeynesianos negam as idéias dos novos-clássicos, divergindo assim dos novos-keynesianos que as aceitam no longo prazo.

6 CONVERGENCIAS E DIVERGENCIAS ENTRE MONETARISTAS E KEYNESIANOS.
O ponto crucial entre essas duas escolas de pensamento é sobre a política monetária. É certo que eles concordam que esse tipo de política afeta fortemente a renda nominal, mas discordam quando o assunto é a forma pela qual se utiliza a política monetária para que essa estabilize a renda.
Para os monetaristas, a quantidade de moeda deve ser alterada com base em uma regra, de forma que ela impacte, de maneira estável, a renda nominal. No curto prazo, a moeda afetaria, também, variáveis reais. Já no longo prazo, ela só teria o poder de alterar variáveis nominais.
Os novos keynesianos, por sua vez, discordam da estipulação de uma taxa de crescimento fixa para o estoque de moeda. Eles crêem que o setor privado, ao contrário do que preconiza os monetaristas, é instável e gerador de choques, daí ser necessário a intervenção governamental, através de políticas econômicas, predominantemente discricionárias, para combater esses choques. Para os novos keynesianos, estipular regras fixas, como a taxa de crescimento constante do estoque monetário, prejudicaria o desempenho da economia.
Outra contribuição monetarista que suscitou criticas dos novos keynesianos, foi quanto a Teoria da Taxa Natural, que seria o ponto onde a economia tenderia a convergir a determinado níveis de produto e emprego num instante de tempo. A crítica é feita com relação à utilidade dessa taxa para a implementação de políticas de estabilização no curto prazo.
Em síntese, os novos keynesianos, excetuando-se as suas refutações sobre os monetaristas, desenvolveram diversas pesquisas sobre assuntos como o desemprego involuntário, rigidez de preços e salário real, modelo do custo de cardápio, salário de eficiência e o modelo incluído-excluído. Por defenderem algumas idéias monetaristas, costumam, às vezes, ser chamados de novos monetaristas.

7 CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE OS MONETARISTAS E OS NOVOS CLÁSICOS

Apontou diversas limitações dos modelos criados pelos Neo Clássicos e Keynesianos.
Intensos debates abordando principalmente a efetividade da Política Fiscal e Política Monetária, a curva de Phillips e o Papel da Política Econômica.
Provam a grande eficácia da Política Monetária, chegando a relacionar as grandes crises com a ausência dessas Políticas.
Convergência - Uma conclusão plausível seria de que ambas as políticas tem seus níveis de eficácia e de imperfeições, por isso devem ser utilizados simultaneamente.
Grande Divergência – foi a curva desenvolvida por A W Phillips, (curva de Phillips) que procurava explicar variações de preços e salários ao longo tempo.Enquanto os Keynesianos, baseados em algumas evidências, acreditavam numa discrepância de níveis de inflação e de desemprego no longo prazo, os monetaristas negavam totalmente essa idéia.
Convergência – O consenso foi de que Fridman; Edmund Phelps e seus seguidores estavam certos, pois qualquer alternância entre desemprego e inflação tenderia a desaparecer no longo prazo.
Constante Expansão Monetária.
Manter a estabilidade de uma economia capitalista recorrendo apenas de medidas monetárias baseadas nas forças expontâneas do mercado e destinados a controlar o volume de moedas e de outros meios de pagamentos no mercado financeiro.
Para tanto surgiram inúmeras políticas inúmeras políticas, Ex:
O governo pode comprar ou vender letras de câmbio oficiais, diminuindo ou aumentando o volume de crédito no mercado financeiro;pode diminuir ou aumentar a taxa de juros cobrada pelos bancos oficiais para empréstimos aos bancos privados, que os repassam ao setor particular; e aumentar ou diminuir a parcela dos depósitos que os bancos privados são obrigados a manter sob guarda do Banco Central.

Obs: De acordo com Friedman deve se explicar às variações da oferta de dinheiro, e não pelas variações de investimento; Assim os monetaristas consideram inútil e prejudicial à intervenção do Estado na Expansão do desenvolvimento econômico, por meio de despesas de investimento.
Ao contrário, deve-se apenas dirigir cientificamente a evolução da massa de dinheiro em circulação para obter-se o desenvolvimento e a estabilidade econômica: a inflação e outros fenômenos teriam raízes permanentes monetárias.
Divergência – O monetarismo é combatido pelos economistas que defendem a necessidade da aplicação de uma política fiscal austera, por meio da tributação e do controle das despesas públicas e dos consumidores, para evitar a inflação e o desequilíbrio da balança de pagamentos.
Friedman sempre instituiu no “trade-off” entre inflação e desemprego, relativamente ao emprego, ele prometia que um período de alto desemprego não precisava durar muito tempo; no máximo, dois anos, ou em alguns casos três anos, era tudo que era preciso para regressar de toda taxa natural de desemprego.
Divergência – Um prego no caixão do monetarismo foi a descoberta, de que as estimativas estatísticas da taxa natural de desemprego seguiram na esteira das taxas de desemprego passadas,subindo e descendo com estas; isto é , o seu nível dependia do caminho tomado para atingir.Se isto é fenômeno real, quanto maior a proporção do desemprego do longo prazo, maior é a proporção da força de trabalho que se encontra desempregada por virtude da perda de aptidões ou de hábitos de trabalho ou simplesmente um resultado estatístico, é ainda uma questão em aberto, mas põe em causa um alicerce estável capaz de servir como base para as políticas anti-inflacionistas.
Os novos clássicos desenvolveram os modelos do ciclo real, segundo esses modelos o produto está sempre em seu nível natural, sendo que suas flutuações refletem meras alterações nesse mesmo produto natural.
Segundo os novos clássicos essas variações no produto natural são frutos das inovações tecnológicas que provocam aumento de produtividade, de salários e de emprego.Tais modelos são muito criticados por não aceitarem variações na base monetária.Nota-se também que as inovações tecnológicas não poderiam causar impactos de curto prazo e, além disso, fica difícil relacionar períodos recessivos a retrocessos tecnológicos. Embora amplamente criticados, acredita-se que os modelos do ciclo real não desapareçam, mas evoluam com o passar do tempo.Alguns modelos desenvolvidos atualmente por novos clássicos já consideram efeitos da variação nos encaixes sobre o nível de produto.
Atualmente os principais pontos de Divergências são:
A verdadeira duração do período denominado curto prazo em que o produto mantém-se alterado pelas políticas implementadas: para os novos clássicos é um período extremamente curto de forma que o produto está quase sempre em pleno emprego.
Para os novos clássicos o papel das políticas econômicas elas devem ser implementadas de forma tão gradual que não influenciam negativamente o orçamento público e a estabilidade da moeda.

8 CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS ENTRE OS NOVOS-CLÁSSICOS E OS NOVOS KEYNESIANOS

Analisar as convergências entre os novos clássicos e os novos keynesianos pode ser feita pela óptica dos novos keynesianos, o que também pode ser considerado um consenso na teoria econômica atualmente. O pensamento novo keynesiano é de uma forma geral aceito como teoria aplicável no curto prazo enquanto o pensamento novo clássico aceito como um pensamento de longo prazo, ou seja, pode-se dizer que no curto prazo a análise é feita pela óptica da demanda e no longo prazo feita pela óptica da oferta ( no caso novo clássico, mas como veremos adiante este fato não se aplica a modelos de outras escolas, falo do longo prazo). Outro ponto em comum é que ambos se baseiam em propostas da microeconomia, este avanço da teoria novo-clássica em relação a Keynes traz mais uma semelhança entre as escolas.
No entanto o que difere entre os dois pensamentos é de uma forma geral o curto prazo. Como a teoria novo-clássica se baseia na concorrência perfeita, temos no curto prazo preços e salários perfeitamente elásticos, perfeitamente adaptáveis às situações de mercado levando a um equilíbrio geral pelo mecanismo de adaptação dos preços. Neste ponto o modelo novo-keynesiano é mais sofisticado, pois aborda mercados imperfeitos, ou seja, o modelo abrange o fato que os preços não se adaptam rapidamente as situações de mercado, aliás, exatamente o contrário, os preços e salários no curto prazo são de uma forma geral bastante rígidos, o que faz uma curva de oferta agregada totalmente inelástica para os novos keynesianos.


9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Muitas são as certezas e as incertezas da teoria econômica macroeconômica, uma interessante bússola para dizer quais os acertos e erros pode ser as decisões dos Bancos Centrais de países mais avançados. Atualmente estes países tendem a utilizar políticas de metas inflacionárias e suas capacidades em cumprir estas metas demonstram o grau de confiança que estes países terão no período seguinte. Segundo Castellano Montiel em sua página pessoal de artigos (http://www.eumed.net/) os pontos mais relevantes desta discussão estão na fléxibilidade ou não de preços e salários, endogêneidade ou não da política monetária, instabilidade da demanda por moeda entre outros. Este trabalho entende ter alcançado seu objetivo de trazer uma visão panorâmica sobre o assunto sem esgotálo, mas sem deixar de lado os pontos mais importantes, bem como os mecanismos de entendimento destes pontos.

REFERÊNCIAS


LOPES, Martins L. ; VASCONCELOS, Sandoval M. A. Manual de macroeconomia: básico e intermediário. São Paulo; Ed. Atlas, 2000.

SACHS, Jeffrey D. ; LARRAIN, Felipe B. Macroeconomia. São Paulo: Makron Books, 1995.

Castellano Montiel, A.G.: "Metas Inflacionarias, Análisis de las Implicaciones de Política Monetaria"; en Contribuciones a la Economía, 2006. Disponível : http://www.eumed.net/ce/

CONCEIÇÃO, O. A. Camargo ; Filho, Ferrari Fernando. A noção de incerteza nos pós Keynesianos e institucionalistas: Uma conciliação possível?

SICSU, João. Keynes e os novos Keynesianos, Revista de Economia Política, vol. 19 no. 2 p.74, abr./junho de 1999

ROMER, David. Advanced Macroeconomics, Capítulo 6, parte C.
Internet – Ronald Domingues – Economics

Dornbush, R. Fischer - Macroeconomia Básica


ELABORADO POR: ROSANA VIEIRA E ANDRÉ RICARDO SILVEIRA (ANDREHBAHIA)

Um comentário:

Unknown disse...

Quais as principais ideias Keynesianas inseridas no PAC (Programa da Aceleração do Crescimento).
Seria so a obtenção dum nível proximo ao pleno emprego????